Search

Memórias de Um Passado de Uma Menina, Presente e Futuro se definem




       *Baseado em fatos reais*


       "Era uma vez, num reino muito distante, uma menina de quinze primaveras, que morava numa cidade agitada e desorganizada, mas que sonhava em conhecer o campo. Essa menina de nobre coração ia todos os dias para a escola recolher amizades. Era tão conhecida, tão animada e descontraída, que contagiava a todos com sua alegria.
       Certa vez, em sua sala de aula, um de seus colegas de classe retornou comunicando o professor acerca de sua apresentação. Dado o momento, apareceu, discretamente, um jovem cavalheiro de aparência destemida, olhando rapidamente pelo canto da porta. Isso foi o que bastou para alvoroçar as coleguinhas de classe, pois um rapaz tão afeiçoado era coisa rara naquele ambiente (não se ofendam meninos que estiveram presentes!). Então, como se aquilo não fosse suficiente, as meninas em torno da nossa protagonista começaram a tagarelar a respeito do jovem rapaz (N. do A.= um morenaço!!).Comentaram o quanto ele era um felino simpático a atraente e logo estavam assanhadas para descerem até o pátio.
      Num momento, quando houve a apresentação desportiva, a tal menina, após sua singela apresentação, foi assistir a uma demonstração de esporte radical praticado nas alturas, o rapel, juntamente com os amigos. Procurou, secretamente, pelo rapaz afeiçoado e de porte interessante, porém não o encontrou. Conformada, afinal, ela poderia ter quem quisesse (sem rir!), acabou deixando para lá e retornou, ao término da apresentação, para sua sala de aula.
      Passado o tempo de aprendizado escolar, a menina desce as escadas sentindo borboletas no estômago darem cambalhotas. Então, quando passa pelo Hall da escola, com pretensão de caminhar veículamente em destino à residência, encontra, sem querer, alguns colegas de classe que, magicamente, também eram amigos do jovem rapaz afeiçoado e de porte interessante. O tal rapaz, educadamente, cumprimentou a menina de nobre coração que ia todos os dias para a escola recolher amizades. O momento fora marcado por um simples “Oi” e, para a surpresa vindoura da nossa protagonista, ecoa até hoje com gosto de presente.
       Tudo passa e o que parecia um lindo romance prestes a surgir, acabou ficando na memória, com apenas um parágrafo comum e sem emoção. A menina de nobre coração continuou indo todos os dias para a escola recolher amizades. O jovem cavalheiro permaneceu onde sempre esteve, onde eu também não sei. Nunca mais se re-encontraram. Nunca mais a menina de nobre coração viu os olhos do jovem cavalheiro. O destino parecia dizer “não” à meiga e encantadora história que renderia milhares e milhares de vendas por toda a América. Enfim, aconteceu o que o destino quis: os caminhos de ambos tomaram rumos opostos e um não soube mais do outro.
       A menina de nobre coração estudou o máximo que pôde, conheceu outra infinidade de pessoas, namorou muitos jovens rapazes afeiçoados e de portes interessantes, porém, jamais encontrou um como aquele, tão simples e tão majestoso, que mesmo em silêncio, ela ainda conseguia ouvi-lo.
      E o tempo, cruel como só ele, passou e arrastou um tapete de tristezas, desilusões, mágoas e rancores no interior da menina de nobre coração que não ia mais para a escola recolher amizades. Nossa protagonista comeu o pão que o diabo amassou e cuspiu, literalmente! Mas, como desgraça muita é pouca (ela usa esse termo até hoje), a menina conheceu as piores pessoas e se meteu nos piores braços e abraços. Parecia que a coitada tinha um ímã, pois atraía só o lado negro da coisa. A memória do jovem rapaz afeiçoado tinha se apagado de sua mente. Nunca mais falou nele, nunca mais lembrou e hoje, não consegue recordar da história contada ao início, como uma lavagem cerebral (juro!). Ele, por sua vez, viveu sua vida, sabe Deus como. Provavelmente cometeu erros, viveu decepções e arrasou seus sonhos. Isso sempre acontece com quem não para pra ouvir o coração e tampouco os amigos verdadeiros...
      Nossa protagonista vira antagonista. Sim, ela mudou. Sua visão acerca de relacionamentos havia mudado. Não mais se importava com os sentimentos alheios, pois para ela, assim tratavam os seus também. Tornou-se fria, calculista sim e indiferente às pessoas. Sua frase de costume era: “recolha-se a sua insignificância”. E assim vivia sua azeda vida de vinte e três invernos.
      Numa manhã gostosa de sol de abril, a menina reaparece decidida a terminar com um relacionamento desgastante e patético. Toma um banho gelado, borrifa o melhor perfume e faz o cabelo. Vive uma tarde normal e comum de trabalho. Chega cedo e decide não ir à faculdade. Marca com ele. Vai encontrar o namorado. Eles conversam. Ela termina.
       Cedo ainda, ela retorna para a casa com um estranho sentimento. Embaixo de uma ducha morna, reflete sobre a conversa, sobre sua atitude e sobre o que faria agora que se encontrava só. “Ninguém consegue raciocinar acompanhada. Dá choque de ideias. É melhor ficar sozinha, pensar sozinha”, era o que ela volta e meia concluía.
       A menina de nobre coração não tinha mais um coração! Ela tinha uma kardía, um coração que trabalha bombeando sangue para as artérias e não um coração com sentimento, com paixão. Um dia tudo passa, inclusive a vontade de amar e ser amada...
      
      Feliz por fazer compras e renovar o armário, a menina sem coração planeja “aquele” fim de semana, doida para sair com as amigas e comemorar o fim de período universitário. No entanto, nada de extraordinário acontece, frustrando suas expectativas.
      Com o coração pulando, sem motivo algum, a protagonista entra numa rede social de poucos amigos e com muitos desconhecidos e abre um bate-papo. Passa o dedo pelas teclas sem ânimo. Abre janela, fecha janela. Tudo a mesma coisa, nada nunca muda. Quando estava numa conversa gostosa com um fã (gostosa de divertida, mas ainda assim patética, pois estava rindo às custas dele) aparece uma janela piscando, com um nome desconhecido, cuja foto achou, ao menos, interessante.
     A menina dialoga, indiferente, com a pessoa que a havia chamado no BP. Era um rapaz, simples, comum e bonito. De rostinhos bonitos ela já estava saturada. Simples e comum, ih, ela nem olhava. Mas isso parece não ter atingido ao novo rapaz. Ele puxava assunto ousadamente, demonstrava uma boa conversa. E nem mesmo todo esse enredo com conversas recheadas, a menina se interessou. Logo após saiu do BP sem lembrar do novo amigo. Desativou a opção de BP do site e ficou uns dias sem entrar. Até que...
      Entrou na rede social, mas levou um susto quando viu outra vez a janela do novo rapaz piscando. Mas, como? Ela havia desativado o BP! Não haviam explicações. Tratou com mais indiferença que de costume. Procurou entender, mas não tinha como, tudo era/estava muito misterioso. Deixou pra lá, afinal, que importância teria isso? Ela era A Cara! Então, entre uma troca de palavra e outra, a menina ouve/lê o que jamais imaginou. No BP o rapaz novo escreve: “_ Eu sempre quis conversar com você! Nossa, faz tanto tempo!”. Ela nada entendeu, mas retrucou fazendo uma série de perguntas: “_Como assim? Quem é você? Me adicionou quando?!”
       E assim foi toda a extensão da conversa. A menina descobrira que o novo rapaz do BP era o jovem rapaz afeiçoado de porte interessante, que conhecera por minutos, há quase dez anos, no Hall da escola, enquanto colegial. Nisso, a conversa foi ficando cada vez melhor e atraente, não viu o tempo passar. Tinha que acordar às sete horas da manhã seguinte para trabalhar, mas ficou acordada até altas madrugadas. Entendeu porque seu coração havia pulado repentinamente sem motivos. Era o amor que chegara ao coração!
      Marcaram de se encontrar. Ele, disse que a buscaria na faculdade. Ela, nem um pouco acreditou. Mas ao final de uma aula entediante, a menina sai da sala e vai direto ao toilette do mesmo andar, quando liga o celular e vê duas ligações desconhecidas e, por precaução, ou mesmo falta de importância, não retorna e segura o aparelho até descer às escadas. Descendo, o celular toca e seu coração se assusta. Olha e atende. Ouve uma voz deliciosa como morango e aguda como limão. Logo entende de quem se trata. Era ele. O rapaz novo do BP; o jovem rapaz afeiçoado de porte interessante. Seu coração deu sinal, parou na garganta. Ia re-encontrar o jovem rapaz afeiçoado! Aquele que desejou conhecer mais, quando estava em suas quinze primaveras e que pensou nunca mais vê-lo. Estava prestes a olhar novamente para aqueles olhos, vistos pela última vez há oito anos. No entanto, no exato presente, faltavam apenas alguns minutos para o grande re-encontro. O clima era frio, estavam na estação mais gelada do ano, também em meados do ano, mas o frio que sentia, era um vento gelado da Antártida: o frio do nervoso.
      A menina desceu e foi direto à saída da instituição. Olhou envolta e encontrou, parado na outra calçada, frente ao portão, olhando diretamente para ela, o jovem rapaz afeiçoado! Naquele momento, passado e presente haviam se encontrado e decidiram acertar as contas finalmente. Ela atravessou a rua e parou de frente para ele. O jovem rapaz sorriu e, ao sorrir, trouxe consigo um sol para brilhar naquela noite fria de inverno.
     Ele disse: “_Está preparada?!”. Ela respondeu: “_Agora sim!”. Então eles entraram no carro e saíram. Ele pediu que ela escolhesse o lugar. Foram não muito longe, na verdade bem perto, pois o lugar mesmo não importava, desde que eles estivessem juntos. Sentaram e pediram uma pizza, pizza essa que esfriou e mal foi tocada...
     Conversaram por um longo período. O tempo havia parado. Um não desviava o olhar do outro. Parecia que somente eles estavam ali, parados, no qual até o silêncio se fazia ouvir. Ela falava com os olhos. Ele respondia. Ela admirava cada vez mais aquele jovem rapaz. Ele sorria com os olhos, ele se arrependeu de não ter voltado e puxado papo com ela naquele Hall.
      Entraram no carro, ele quis levá-la em casa. Pela primeira vez ela aceitou uma carona em tais condições. Ele tocou a música preferida da menina (ela sabia que ele sabia, mesmo sem ter contado, coisas de rede social). Ela ouviu o coração dizer “é ele”. E era verdade. Ele acendeu a luz para olhar os olhos da menina de novo coração. Se entreolharam. Houve magia. O amor os envolveu, mas... Nada houve naquele momento. A vontade louca de beijar existiu, claro, porém nenhuma ação foi tomada. A não ser do chocolate prometido que ele havia cumprido. Foram embora e ela foi deixada na porta de casa. Despediram-se apenas com um beijo na testa, dado por ele. Prometeram outros encontros. Houveram milhares deles. Saíram centenas de vezes e iniciaram um namoro. Ela o aceitou do jeito que ele era. Ele a aceitou do jeitinho que a conhecera. Se viam todos os dias. Muitas barreiras surgiram, mas o amor que existia entre eles era realmente forte o bastante para superar tudo e todos. Um nunca saiu do lado do outro. Eles mantinham os corações aquecidos. Ela, uma menina de nobre coração que sempre recolheu amizades. Ele, um jovem rapaz afeiçoado e de porte interessante. Unidos por um laço eterno, que o tempo e a distância não foram capazes de destruir. Subiram de estágio. Ficaram noivos.
       Hoje, amam-se mais que do que tudo e sabem muito bem administrar esse sentimento com maturidade, zelo e lealdade. São amigos, cúmplices e dupla imbatível. São amigos, amados e amantes. São apaixonados. São apenas um..."
       Assim termina a narração deste romance, contado por mim mesma, a vossa protagonista de nobre coração. Não recolho mais amizades, planto o amor, o fileo. É a única herança que compartilharei enquanto eu viver. E a única que viverá contando a nossa história. Leandro e eu vamos nos casar. Vamos dar continuidade desse amor que será ouvido até as futuras gerações...

De suas quimeras...

Quem sabe, sabe
Ou finge que sabe

Espera à espreita
De um fim qualquer

Quem ouve, não ouve
Bem o que pretendia ser ouvido

A vida mente
Senão não sente, a chegada da Lis qualquer

De nada aparenta
A beleza da criação

Flor não nasce
Flor renasce

O fim qualquer
De tua estação

Vem reinar meu ínterim
Da tua avenida meu carnaval

Saboreia meus aplausos
Oh, bela majestade

Que governas meu lado mau
E domas teu bem-querer

Tu não es mais
Encantos findaram

A recompensa que espero
Minha lady atriz

Pois de todas as incertezas
Vem, e me faça feliz

Nada que amanse essa insanidade
Mas que inflama esse aparato

Que bate loucamente
No aguardo de teu agrado

Vem reinar meu bandolim
Fazer-me esvanecer de ti

Ou me matas de esperança
Desse imenso ardor sem fim

Baila meu passista
Insista o teu valor

Me queira bem, me queira artista
Deste frágil e santo amor

Não acredito em fadas!




Se me perguntam se acredito
Não, eu não acredito em fadas!
É tão difícil crer em algo
Que até parece uma piada

Se me pegam pensando
Log dizem que estou a viajar
Mesmo que diga que não acredito em fadas
Alguém sempre vai duvidar

Se canto o dia inteiro
Ficam falando que é bobagem
E se permaneço calada
Acham logo que estou pensando em fadas

Tanto absurdo que ouço
Que suspiro até de tristeza
As pessoas ficam me olhando
Me achando louca com certeza 

Iss tudo porque sou assim
Não escondo a verdade por nada
Mesmo que o tempo passe, sempre vou ouvir:
_Essa doida acredita em fadas!

Não digo mais uma palavra
Também não adiantaria muito
Tudo seria bem diferente
Se ao menos tivessem fadas no mundo...



Poesia escrita a 14/04/09    

Quando encontrei Deus

Quando encontrei Deus, quase não acreditei. Parecia um sonho quando o vi pela primeira vez!
Deus era alto, era baixo. Tinha olhos claros e outros escuros. Deus era moreno, negro, loiro ou ruivo.
Às vezes pesava muito; outras era magrinho. Deus também era criança, jovem e adulto. Deus falava alemão, português, italiano, francês e outras das muitas línguas nativas. Deus era médico, professor, pedreiro, jornalista, merendeira...
Encontrei Deus em simples gestos. No ceder lugar a uma gestante; no esperar o deficiente subir os degraus do ônibus; no respeitar a opinião alheia; no preferir dialogar a discutir; no olhar atento e conciso de um aconselhado; no sorriso de uma criança; na alegria de um necessitado ao receber doações.
Eu encontrei Deus também em palavras, tais como: por favor, com licença, obrigado, estou com você, te perdoo, eu te amo...
Percebi que havia procurado Deus tão longe, em lugares tão difíceis e com pensamentos tão errados. Até que pude ver, na dificuldade da vida, que Deus eu havia encontrado! Foi quando deixei de olhar para mim... E passei a ouvir meu coração e a olhar para Deus com inocência.
Deus sempre esteve ali, em silêncio, trabalhando para poder encontrá-lo. A distância que nos separava era grande, distância essa que eu mesma criara...
Hoje sei que Deus não está nas pessoas, mas no coração de algumas. Nós O vemos através dos atos de cada uma. Deus é um só e Sua glória não pode ser dividida com ninguém!
Às vezes me perguntam onde está Deus, então respondo que Ele está onde você não consegue ver, devido aos problemas e correrias da vida. Você verá Deus quando se esvaziar de preocupações e se concentrar ao que Ele diz ao seu coração. Deus sempre está perto. Nós é que teimamos em nos distanciar dEle.
Deus está num sorriso, numa lágrima ou num olhar. Você pode rir ou até duvidar, mas encontrei Deus quando passei a procurar. Desejo o mesmo encontro a todas as famílias, parentes e amigos meus. Se me perguntam onde descobri isso, sinceramente eu respondo, nos momentos mais difíceis foi quando encontrei Deus!



Texto escrito a 12/05/09
Re-editado a 18/02/13

Ventos da Discórdia




Agonia de uma tépida presença
Suas quimeras, seus errantes
Favo límpido es tua face
Devaneio, leviano, sou viajante

Quiçá alguém possa definir
Tais futuros de um lúgubre ermitão
Que por anos ficou a esperar
Atingir o fastígio de uma Paixão

O que me sondas é o que me detém
Desvanecendo a dor de um procurado
Que em cálida ausência pertinente
Devolves do teu sorriso o meu agrado

Dizendo-me aluado
Não, não posso concordar!
Que mal tens o que faço?
Sucinto, me ponho a Lua a inebriar

Seguindo o meu destino
Que outrem me prediceram
 Inepto, consto um monumento
Tenro, promíscuo e incerto

Sentimentos que me cortam
Invernoso ou primaveril
Atos rifados de um apaixonado
Austero sou com meu feitio

Morro de ventos traiçoeiros
Que tornam os passos uma alusão
Fazendo deles hospedeiros
Sem caminhos, apreços ou pretensão

Eis então os ventos da discórdia
Nada mais são que uma triste profusão
De amores, olhares e partidas
Vindas de um equívoco coração  

O que não apaga

Andei por vales sombrios, tantas vezes sozinha e buscando solução..
Punições sofri pelos momentos de rebeldia, quando sem companhia, me sentia abandonada.
Tudo de mim se afastou.. gradativamente. Não tinha mão pra segurar. Não tinha paz pra viver.
E o que me dera, sentia, uma visão grande e fria.. Quando sei que pelos caminhos errados eu andei..